Tuesday, February 8, 2011

Dia das Amigas no Ontário Merece condecoração oficial açoriana





A tradição açoriana de solidariedade aliada ao Dia das Amigas tem já o seu nome associado ao movimento de solidarização canadiano, mormente aquele relacionado com a luta contra o cancro.
Tal foi possível com o trabalho participativo e voluntário das mulheres açorianas emigradas num movimento que já aglomera “amigas” de outros grupos étnicos, num movimento único que nos últimos dez anos tem levado o nome dos Açores e das suas tradições mais longe, o qual pode também ser um exemplo a seguir na região e que merece reconhecimento oficial.
O celebrado e tradicional Dia das Amigas que “emigrou” dos Açores para Toronto estende anualmente a sua razão de ser a iniciativas mais abrangentes, juntando várias centenas de mulheres, que em jantares de gala angariam milhares de dólares para a investigação feita pelas duas mais importantes instituições hospitalares no Ontário que pesquisam novas formas de tratamento do cancro: “The Princess Margareth Hospital” e o “Sick Kids Hospital”.
O sábado dia 5 de Fevereiro foi a vez da família Andrade continuar um evento que iniciou em 2002.Tudo começou com uma tragédia pessoal: o falecimento do marido de Maria Andrade, vítima de cancro, tragédia que a catapultou para o exercício cívico de participação comunitária desta feita na luta contra a doença. Assim em 2002 iniciava no salão da Igreja de Santa Cruz, em Toronto uma série de jantares cujos fundos revertem a favor da pesquisa científica.
Os fundos alcançados nos primeiros cinco anos foram para o Hospital “Princess Margareth” e os últimos cinco - que já renderam cerca de 50 mil dólares – destinaram-se ao Hospital “Sick Kids”, instituição cimeira  nas áreas do tratamento e investigação do cancro infantil.
Este ano a iniciativa juntou 1100 mulheres. “Principiamos com 220 pessoas agora o número tem subido. Hoje faz dez anos que faço esta festa e nós temos aqui 1100 pessoas. O ano passado a festa rendeu 14 mil dólares. A minha família próxima ajuda assim como algumas voluntárias. Se Deus quiser, se Nosso Senhor me der vida e saúde eu continuo a fazer esta festa até eu poder.”


O jantar de gala de Maria Andrade cimentado na tradição do Dia das Amigas, teve lugar no salão de festas da Local 183, um sindicato encabeçado por um micaelense, natural da freguesia de Rabo de Peixe recentemente condecorado pelo governo dos Açores: Durval Terceira.
Este movimento do Dia das Amigas no Ontário faz já parte do calendário de angariação de fundos para o cancro, que num cem número de iniciativas junta milhares de pessoas na província do Ontário.
E este tornou-se já no mais lucrativo evento feito por uma comunidade étnica para o Sick Kids Hospital, conforme palavras de Jade de Ciccio, Coordenadora do Desenvolvimento e Envolvimento Comunitário da Fundação Sick Kids Hospital.


“É espectacular um evento como este com mais de mil pessoas. Para nos ele é o maior feito por uma comunidade étnica. O facto de esta iniciativa representar uma comunidade que se junta em nome da amizade e da solidariedade é sem dúvida admirável” disse ainda Ciccio.

Dia das Amigas e o cancro da mama

 O cancro da mama reúne igualmente centenas de mulheres portuguesas em Toronto numa confraternização que saltou muros e se espalhou também a outras mulheres que  participam neste jantar do Dia das Amigas em Toronto.
Neste caso, a luta é o cancro da mama que  é também uma realidade junto das famílias portuguesas.
O dinheiro arrecadado vai para a investigação médica, que decorre no 'Campbell Family Institute for Breast Câncer Research' em Toronto organismo dependente da fundação do “Princess Margareth Hospital”.
O presidente da fundação Paul Alofs, reconheceu este esforço da comunidade num agradecimento público “pelo continuado esforço deste grupo na conquista do cancro.” 

Ângela Machado apoiada pela sua jovem fila encontra-se à frente deste movimento também ele iniciado há uma década. Natural da ilha de S. Miguel, Ângela recorda a celebração do Dia das Amigas na família, uma celebração, que serviu de mote para  este movimento solidário.
 “Todos os anos vê-se um maior número de mulheres a aderir” salienta com orgulho Ângela Machado. Uma das mais idosas amigas, que anualmente está presente neste jantar de gala é a “Tia Clarinha”, que com mais de noventa anos é testemunho dos valores da solidariedade e herança cultural trazidos dos Açores para a Diáspora.


No comments:

Post a Comment